quarta-feira, julho 30, 2014

HAMAS, O MAIOR INIMIGO DOS PALESTINOS

O Hamas não é somente o maior inimigo de Israel. É o maior inimigo da PAZ (que se recusa a negociar), lançando foguetes (já são mais de 2 mil desde 8/07) e insistindo na ideia genocida de "varrer Israel do mapa" (está no seu Estatuto). É, também, o maior inimigo dos PRÓPRIOS PALESTINOS, que aterroriza desde que tomou o poder em Gaza e que usa como ESCUDOS HUMANOS, esperando com isso produzir o maior número de cadáveres civis.

Com seus ataques e provocações, esse bando terrorista não deixa nenhuma escolha a Israel senão se defender e reagir militarmente, o que, devido à assimetria de forças (ainda bem que ela pende hoje para o lado de Israel, mas nem sempre foi assim), é explorado pelos fanáticos jihadistas como forma de propaganda anti-sionista (na verdade, antissemita), infelizmente comprada pela maior parte da imprensa e da "opinião pública", que vê no Hamas as "vítimas" de uma "agressão".

Repetindo: as maiores vítimas do Hamas não são os israelenses, mas os PALESTINOS. Ou seja: velhos, mulheres e crianças usados como carne barata em escolas e hospitais da ONU utilizados PROPOSITALMENTE como depósitos de armas. Sempre que você vir alguma foto de criança palestina morta depois de um ataque israelense, lembre que a vida dela poderia ser poupada se o Hamas não a usasse como instrumento de marketing do terror.

Por falar em crianças, desde 2007 Gaza é um mini-estado islamita dominado pela sharia, a lei islâmica, onde impera a opressão mais atroz e onde as vozes discordantes são caladas à bala. Nesse reino do terror, meninas de até sete anos de idade são forçadas a se casar com homens adultos, segundo a interpretação do Alcorão pelos fundamentalistas do Hamas. Crianças são obrigadas a escavar túneis que vão ser usados pelo Hamas para se infiltrar em Israel e assassinar israelenses. Cento e sessenta crianças palestinas já morreram fazendo isso. Mas você provavelmente não leu nada a respeito na imprensa. Se você é contra pedofilia e trabalho infantil escravo, você deve ser contra o Hamas.

"E a desproporção no número de baixas?", costuma-se ouvir (como se Israel devesse cometer suicídio para que o conflito fosse "justo" e "equilibrado"...). Respondo citando o atual presidente de Israel (e Prêmio Nobel da Paz) Shimon Peres: Israel cuida de suas crianças, ao contrário de seus inimigos. Israel investiu num eficiente sistema de defesa antimíssil, constrói abrigos, protege sua população. Ao contrário do Hamas. É por isso - e não devido a uma ação indiscriminada e deliberada por parte das Forças de Defesa Israelenses - que o número de mortos israelenses é menor do que em Gaza. (Alguém duvida que, se fosse o Hamas o lado mais forte, a quantidade de cadáveres seria muito maior?.)

Enquanto existir o Hamas, enquanto os terroristas insistirem em destruir Israel, como tentaram (e não conseguiram) os Estados árabes e a antiga OLP, não haverá paz. E não é por causa de alguma coisa que Israel faça - desde 2005, não há mais nenhum colono judeu em Gaza, e desde então o número de foguetes lançados pelo Hamas contra alvos civis israelenses só aumentou. Se a região está em guerra, não é por culpa de Israel, mas dos que querem transformá-lo numa pilha de ossos. Israel luta para se defender, luta pela solução de dois Estados - um israelense, outro palestino, conforme foi definido pelos Acordos de Oslo em 1993. Já o Hamas não luta pela Palestina - luta pelo Islã. O Hamas não reconhece o direito de Israel existir e jurou exterminar a população israelense - e inclusive sacrificar palestinos, se isso o ajudar a alcancar esse objetivo. E, para tanto, conta com a cumplicidade da "comunidade internacional", que prefere acusar Israel a ver os jihadistas do Hamas como o que são: provocadores e assassinos. A tática funciona.

Portanto, quando você vir alguém protestando contra a "reação militar desproporcional" de Israel em Gaza sem fazer nenhuma referência ao Hamas, como fazem alguns anões diplomáticos, saiba que não se trata de um "pró-palestino" coisa nenhuma: é apenas um anti-Israel, um anti-sionista (ou seja: um antissemita disfarçado). É alguém que não tem a menor noção do significado de palavras como "massacre" e "genocídio", que repete sem saber do que se trata - portanto, um idiota útil. Ou, então, é alguém que sabe o que faz e, nesse caso, ao fechar os olhos voluntariamente para as atrocidades do Hamas, quer terminar o serviço deixado incompleto pelos nazistas.

Ah, e não sou judeu, nem respaldo todas as ações do atual governo israelense, nem ignoro que há extremistas dos dois lados (embora os extremistas judeus, ao contrário dos islamitas, estejam sob controle). Sou apenas alguém que estudou um pouco o assunto e que, portanto, não ignora a diferença entre um grupo de fanáticos genocidas que tiraniza a própria população e um país sitiado que luta há mais de sessenta anos para garantir a própria sobrevivência. E que, como se não bastassem os foguetes do Hamas, ainda tem de enfrentar uma barreira de propaganda midiática e de desinformação. Enfim, sou alguém que sabe a diferença entre quem vive para guerrear e quem luta para viver. Entre os adoradores da morte e a única democracia do Oriente Médio.

Resumindo:

- Se você é contra lançar foguetes contra alvos civis para provocar uma reação militar do outro lado e com isso manipular a opinião pública, você é contra o Hamas;

- Se você é contra o terrorismo, o fanatismo e o obscurantismo religioso, você é contra o Hamas;

- Se você é contra o assassinato de civis inocentes, inclusive crianças, usados como escudos humanos, você é contra o Hamas;

- Se você é contra usar escolas e hospitais como depósitos de armas, você é contra o Hamas;

- Se você é contra desviar dinheiro da ajuda internacional à Gaza para construir túneis para atacar civis, você é contra o Hamas;

- Se você é a favor do direito de Israel existir, você é contra o Hamas;

- Se você é a favor de um Estado palestino convivendo com Israel, você é contra o Hamas;

- Se você é contra a execução de quem ousa protestar, você é contra o Hamas;

- Se você é contra a opressão das mulheres e dos homossexuais, você é contra o Hamas;

- Se você é contra a pedofilia e o trabalho escravo infantil, você é contra o Hamas;

- Se você é a favor da democracia e contra o antissemitismo, você é contra o Hamas;

- Enfim, se você é a favor da PAZ, você é a favor da destruição do poder militar do Hamas.

Ou seja: você é a favor de Israel.

JEAN WYLLYS ACUSA BOLSONARO E FELICIANO PELA QUEDA DO AVIÃO NA UCRÂNIA


Depois de sugerir, em sua página do Facebook, que a queda do voo MH-17 da Malaysian Airlines na Ucrânia na semana passada, matando 298 pessoas, foi motivada por homofobia, o deputado Jean Wyllis (PSOL-RJ) voltou a surpreender ao responsabilizar pela derrubada do avião os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP).
 
Segundo Wyllys, Bolsonaro e Feliciano são parte de um complô internacional que derrubou com um míssil o avião quando este sobrevoava o Leste da Ucrânia. “O avião levava mais de cem holandeses que iriam participar de um congresso sobre tratamento da AIDS”, escreveu Wyllys no Facebook.
 
“Todo mundo sabe que os homofóbicos dos países conservadores não querem a cura da AIDS. Então, só pode ter sido o Bolsonaro e o Feliciano”.
 
O deputado psolista aproveitou para acusar também a Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgou recentemente pesquisa científica segundo a qual os casos de AIDS entre gays têm aumentado no mundo, ao contrário do que ocorre entre os heterossexuais, e que os gays são, sim, um grupo de risco.
 
“Está claro que a ciência é homofóbica”, bradou Wyllys em sua página pessoal. “Não descarto a possibilidade de que a ONU também esteja envolvida nesse plano macabro. Ou os cientistas dizem o que nós do movimento LGBT queremos que digam ou são uns preconceituosos. Humpf!”.
 
Jean Wyllys negou que suas afirmações sejam uma forma de teoria da conspiração. “Teorias da conspiração são coisa da direita reacionária homofóbica”, esclareceu o ex-BBB. “Tudo o que eu digo é baseado em fontes altamente confiáveis, como o programa do Pedro Bial e o Grupo Gay da Bahia”.
 
Procurados pela reportagem, os deputados Marco Feliciano e Jair Bolsonaro não foram encontrados. Segundo informou sua assessoria, eles estão caçando na Ucrânia.
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segunda-feira, julho 21, 2014

OS ADORADORES DA MORTE

 
Dizem que blogs são para textos curtos. Se for assim, paciência. Segue um pouco de História (para quem dá valor a FATOS, não à propaganda):

Durante muitos anos, o chamado "conflito israelo-palestino" foi travado entre dois lados - o Estado de Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), criada em 1964 mas que tem raízes na Fatah, que hoje administra a Cisjordânia - que não se recon...
heciam nem admitiam a existência um do outro. Nem um nem outro aceitavam que o outro lado deveria existir e tudo faziam para destruir-se mutuamente.

Em 1993, finalmente Israel e a OLP se cansaram da matança sem fim e concordaram com a criação de dois Estados, um israelense e outro, palestino. Até chegarem aí, muito sangue foi derramado de parte à parte, com inúmeros atentados terroristas de organizações palestinas, seguidos de represálias israelenses etc. Israel só aceitou negociar com a OLP de Yasser Arafat depois que esta renunciou ao terrorismo e reconheceu o direito de Israel existir. Por causa desse gesto ousado e corajoso de ambos os lados, tanto Arafat quanto os líderes israelenses Yitzhak Rabin e Shimon Peres (atual presidente de Israel) ganharam (merecidamente) o Prêmio Nobel da Paz (por causa desse acordo de paz, aliás, Rabin foi assassinado por um extremista judeu, em 1995).

De lá para cá, a chamada "questão palestina", na prática (ou seja: como uma disputa pela criação do Estado palestino), deixou de existir. Hoje se resume à demarcação das fronteiras dos dois estados (concordou-se inicialmente que seriam as mesmas de antes de 1967) e à questão sobre o status de Jerusalém. O premiê israelense Benjamin Netanyahu e o líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, discordam em muitos pontos, e certamente não se gostam, mas tanto um quanto o outro concordam com a solução de dois estados (e mesmo que não concordassem, há um acordo de paz entre ambas as partes, que deve ser respeitado etc.).

Acontece que de lá para cá, também, um novo ator entrou em cena: o HAMAS (Movimento de Resistência Islâmica), surgido em 1988 - mesmo ano em que a OLP abandonou o terrorismo e reconheceu Israel -, apoiado pelo Irã (que jurou varrer Israel do mapa) e derivado da Irmandade Muçulmana (a mesma organização fundamentalista islamita que foi há pouco expulsa do poder no Egito).

O que quer o Hamas? Vejamos:

1) NÃO reconhece a existência de Israel, nem os Acordos de 1993, e se recusa a participar de qualquer negociação de paz;

2) NÃO aceita renunciar ao terrorismo contra Israel (que teve de construir um muro para evitar a entrada de terroristas em seu território - medida, aliás, que atingiu seu objetivo);

3) considera a Autoridade Palestina, presidida pela Fatah,
como "traidores"e "inimigos"; e

4) tem por objetivo nada menos do que DESTRUIR ISRAEL, MATAR OS JUDEUS (está no seu Estatuto: http://www.beth-shalom.com.br/artigos/estatuto_hamas.html
), e implantar em seu lugar um Estado islâmico governado pela "sharia", a lei do Alcorão.

Pois bem. Em 2005, o então primeiro-ministro israelense Ariel Sharon (ele mesmo) ordenou a retirada de TODOS os colonos judeus que ocupavam a Faixa de Gaza desde a guerra de 1967. Fez isso de forma unilateral, sem pedir nada em troca. No ano seguinte, ocorreram eleições em Gaza, as primeiras da História na região, vencidas pelo Hamas. Em 2007, logo depois de mais uma guerra contra Israel, o Hamas se livrou de seus rivais do Fatah, passando-os (literalmente) a fio de espada. Milhares morreram - palestinos mortos por palestinos, mas pouco se falou disso à época, e quase ninguém lembra.

Desde então, a Faixa de Gaza é controlada pelo Hamas, que ali instaurou um mini-Estado islamita. O Hamas usa Gaza como cabeça de ponte para lançar ataques com mísseis contra a população de Israel (lembrem: Israel se retirou da região em 2005, logo não é uma disputa por território). Pior: faz isso usando a própria população civil palestina de Gaza como escudos humanos e incitando-a a morrer por Alá (e a ser usados como troféus - cada palestino morto por um míssil israelense é uma bênção para o Hamas - vejam aqui: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/chefao-do-hamas-confessa-grupo-terrorista-usa-sim-escudos-humanos-e-ainda-convoca-populacao-a-morrer/). Do mesmo modo que o Hamas envia homens-bomba em atentados terroristas, incita a população civil palestina (homens, mulheres, crianças) a se exporem aos contra-ataques israelenses, para morrerem como "mártires" e servirem como carne de canhão e instrumento na guerra de propaganda. Ou seja: o Hamas ataca civis dos dois lados: israelense e palestino.

Muito bem. Para qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento e de boa vontade, não é difícil perceber que o HAMAS é, hoje, o MAIOR OBSTÁCULO E O MAIOR INIMIGO DA PAZ NA REGIÃO. É o principal empecilho, inclusive, ao pleno reconhecimento do Estado palestino (é isso, e não os assentamentos judeus na Cisjordânia, ou a política linha-dura de Netanyahu, o que impede a plena resolução da questão). Se ainda há guerra na região, se os dois lados não terminam de acertar os ponteiros, não é por causa de Netanyahu, nem de Shimon Peres, nem do muro na Cisjordânia, nem do Mossad: é por causa do HAMAS.

Resumindo: Israel reconheceu a solução de dois Estados, assim como a Fatah. O Hamas, não. O Hamas não quer dois estados convivendo lado a lado. Não quer a paz entre palestinos e israelenses. Pelo contrário: quer a guerra. Quer a destruição de Israel e a "extinção dos judeus" (lembra algo?).

Diante disso, uma pessoa sincera e amante da paz concordaria que qualquer solução para a região passa antes, necessariamente, pela neutralização dos loucos assassinos do Hamas, em primeiro lugar. Pela prisão e/ou morte de seus chefes e pela destruição de sua infraestrutura terrorista. Mesmo assim, o que mais se vê e se ouve, quando Israel responde aos incessantes ataques e provocações do Hamas, são críticas e condenações furibundas a... Israel (!!!!). Qualquer pessoa minimamente honesta percebe que tem algo muito errado nisso aí.

Portanto, qualquer crítica a Israel que não leve em consideração o que está escrito aí acima NÃO merece um minuto de atenção. Qualquer menção a "bombardeios ilegais" ou à "reação militar desproporcional" de Israel que não mencione o terrorismo do Hamas não vale a pena sequer ser respondida. Nem vou perder tempo retrucando o uso de palavras como "fascismo" e "genocídio" (???!!!) usadas para tentar atacar Israel. Vou considerar esse tipo de coisa uma ofensa à inteligência.

Enfim, o que me impressiona não é o cinismo canalha e o culto genocida de grupos terroristas como o Hamas. É como tanta gente dita inteligente, ilustrada e "pacifista" se deixa enganar por essa forma de propaganda calhorda, prestando-se ao papel de idiotas úteis dos adoradores da morte.

terça-feira, julho 15, 2014

A MÁSCARA DO GIGANTE

por Mario Vargas Llosa
 
Não houve nenhum milagre nos anos de Lula, e sim uma miragem que agora começa a se dissipar


Fiquei muito envergonhado com a cataclísmica derrota do Brasil frente à Alemanha na semifinal da Copa do Mundo, mas confesso que não me surpreendeu tanto. De um tempo para cá, a famosa seleção Canarinho se parecia cada vez menos com o que havia sido a mítica esquadra brasileira que deslumbrou a minha juventude, e essa impressão se confirmou para mim em suas primeiras apresentações neste campeonato mundial, onde a equipe brasileira ofereceu uma pobre figura, com esforços desesperados para não ser o que foi no passado, mas para jogar um futebol de fria eficiência, à maneira europeia.
 
Nada funcionava bem; havia algo forçado, artificial e antinatural nesse esforço, que se traduzia em um rendimento sem graça de toda a equipe, incluído o de sua estrela máxima, Neymar. Todos os jogadores pareciam sob rédeas. O velho estilo – o de um Pelé, Sócrates, Garrincha, Tostão, Zico – seduzia porque estimulava o brilho e a criatividade de cada um, e disso resultava que a equipe brasileira, além de fazer gols, brindava um espetáculo soberbo, no qual o futebol transcendia a si mesmo e se transformava em arte: coreografia, dança, circo, balé.
 
Os críticos esportivos despejaram impropérios contra Luiz Felipe Scolari, o treinador brasileiro, a quem responsabilizaram pela humilhante derrota, por ter imposto à seleção brasileira uma metodologia de jogo de conjunto que traía sua rica tradição e a privava do brilhantismo e iniciativa que antes eram inseparáveis de sua eficácia, transformando seus jogadores em meras peças de uma estratégia, quase em autômatos.

Contudo, eu acredito que a culpa de Scolari não é somente sua, mas, talvez, uma manifestação no âmbito esportivo de um fenômeno que, já há algum tempo, representa todo o Brasil: viver uma ficção que é brutalmente desmentida por uma realidade profunda.
 
Tudo nasce com o governo de Luis Inácio 'Lula' da Silva (2003-2010), que, segundo o mito universalmente aceito, deu o impulso decisivo para o desenvolvimento econômico do Brasil, despertando assim esse gigante adormecido e posicionando-o na direção das grandes potências. As formidáveis estatísticas que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística difundia eram aceitas por toda a parte: de 49 milhões os pobres passaram a ser somente 16 milhões nesse período, e a classe média aumentou de 66 para 113 milhões. Não é de se estranhar que, com essas credenciais, Dilma Rousseff, companheira e discípula de Lula, ganhasse as eleições com tanta facilidade. Agora que quer se reeleger e a verdade sobre a condição da economia brasileira parece assumir o lugar do mito, muitos a responsabilizam pelo declínio veloz e pedem uma volta ao lulismo, o governo que semeou, com suas políticas mercantilistas e corruptas, as sementes da catástrofe.
 
A verdade é que não houve nenhum milagre naqueles anos, e sim uma miragem que só agora começa a se esvair, como ocorreu com o futebol brasileiro. Uma política populista como a que Lula praticou durante seus governos pôde produzir a ilusão de um progresso social e econômico que nada mais era do que um fugaz fogo de artifício. O endividamento que financiava os custosos programas sociais era, com frequência, uma cortina de fumaça para tráficos delituosos que levaram muitos ministros e altos funcionários daqueles anos (e dos atuais) à prisão e ao banco dos réus.
 
As alianças mercantilistas entre Governo e empresas privadas enriqueceram um bom número de funcionários públicos e empresários, mas criaram um sistema tão endiabradamente burocrático que incentivava a corrupção e foi desestimulando o investimento. Por outro lado, o Estado embarcou muitas vezes em operações faraônicas e irresponsáveis, das quais os gastos empreendidos tendo como propósito a Copa do Mundo de futebol são um formidável exemplo.
 
O governo brasileiro disse que não havia dinheiro público nos 13 bilhões que investiria na Copa do Mundo. Era mentira. O BNDES (Banco Brasileiro de Desenvolvimento Econômico e Social) financiou quase todas as empresas que receberam os contratos para obras de infraestrutura e, todas elas, subsidiavam o Partido dos Trabalhadores, atualmente no poder. (Calcula-se que para cada dólar doado tenham obtido entre 15 e 30 em contratos).
 
As obras em si constituíam um caso flagrante de delírio messiânico e fantástica irresponsabilidade. Dos 12 estádios preparados, só oito seriam necessários, segundo alertou a própria FIFA, e o planejamento foi tão tosco que a metade das reformas da infraestrutura urbana e de transportes teve de ser cancelada ou só será concluída depois do campeonato. Não é de se estranhar que o protesto popular diante de semelhante esbanjamento, motivado por razões publicitárias e eleitoreiras, levasse milhares e milhares de brasileiros às ruas e mexesse com todo o Brasil.
 
As cifras que os órgãos internacionais, como o Banco Mundial, dão na atualidade sobre o futuro imediato do país são bastante alarmantes. Para este ano, calcula-se que a economia crescerá apenas 1,5%, uma queda de meio ponto em relação aos dois últimos anos, nos quais somente roçou os 2%. As perspectivas de investimento privado são muito escassas, pela desconfiança que surgiu ante o que se acreditava ser um modelo original e resultou ser nada mais do que uma perigosa aliança de populismo com mercantilismo, e pela teia burocrática e intervencionista que asfixia a atividade empresarial e propaga as práticas mafiosas.
 
Apesar de um horizonte tão preocupante, o Estado continua crescendo de maneira imoderada – já gasta 40% do produto bruto – e multiplica os impostos ao mesmo tempo que as “correções” do mercado, o que fez com que se espalhasse a insegurança entre empresários e investidores. Apesar disso, segundo as pesquisas, Dilma Rousseff ganhará as próximas eleições de outubro, e continuará governando inspirada nas realizações e logros de Lula.
 
Se assim é, não só o povo brasileiro estará lavrando a própria ruína, e mais cedo do que tarde descobrirá que o mito sobre o qual está fundado o modelo brasileiro é uma ficção tão pouco séria como a da equipe de futebol que a Alemanha aniquilou. E descobrirá também que é muito mais difícil reconstruir um país do que destruí-lo. E que, em todos esses anos, primeiro com Lula e depois com Dilma, viveu uma mentira que seus filhos e seus netos irão pagar, quando tiverem de começar a reedificar a partir das raízes uma sociedade que aquelas políticas afundaram ainda mais no subdesenvolvimento. É verdade que o Brasil tinha sido um gigante que começava a despertar nos anos em que governou Fernando Henrique Cardoso, que pôs suas finanças em ordem, deu firmeza à sua moeda e estabeleceu as bases de uma verdadeira democracia e uma genuína economia de mercado. Mas seus sucessores, em lugar de perseverar e aprofundar aquelas reformas, as foram desnaturalizando e fazendo o país retornar às velhas práticas daninhas.
 
Não só os brasileiros foram vítimas da miragem fabricada por Lula da Silva, também o restante dos latino-americanos. Por que a política externa do Brasil em todos esses anos tem sido de cumplicidade e apoio descarado à política venezuelana do comandante Chávez e de Nicolás Maduro, e de uma vergonhosa “neutralidade” perante Cuba, negando toda forma de apoio nos organismos internacionais aos corajosos dissidentes que em ambos os países lutam por recuperar a democracia e a liberdade. Ao mesmo tempo, os governos populistas de Evo Morales na Bolívia, do comandante Ortega na Nicarágua e de Correa no Equador – as mais imperfeitas formas de governos representativos em toda a América Latina – tiveram no Brasil seu mais ativo protetor.
 
Por isso, quanto mais cedo cair a máscara desse suposto gigante no qual Lula transformou o Brasil, melhor para os brasileiros. O mito da seleção Canarinho nos fazia sonhar belos sonhos. Mas no futebol, como na política, é ruim viver sonhando, e sempre é preferível – embora seja doloroso – ater-se à verdade.
 
(Para ler no original:

quarta-feira, julho 09, 2014

A COPA DA VERGONHA

 
Sei que tem gente que vai chiar e achar que estou tripudiando, tirando onda, sendo "impatriótico", "do contra", "bem-que-eu-te-disse" etc. mas, paciência. É o preço a pagar por ter uma opinião que destoa da manada. Diante do acontecido ontem no Mineirão, não posso deixar de dizer o seguinte, que só corrobora o que venho dizendo desde que começou essa pantomima toda (e ninguém pode me chamar de estraga-festa):

A maior humilhação sofrida pelo Brasil NÃO foi
a derrota de 7 a 1 para a Alemanha. Futebolisticamente falando, foi sim um vexame sem precedentes, mas não foi essa a maior vergonha de todas. A maior humilhação, o maior vexame, a maior vergonha, o maior fiasco foi - é - a própria Copa do Mundo, um festival de corrupção e de desperdício do dinheiro público como nunca houve "na história deste país".

Acreditem, o chocolate de ontem não foi NADA, absolutamente nada, comparado aos 35 bilhões - repito: trinta e cinco bilhões - de reais jogados na latrina com a construção de estádios inúteis (só por curiosidade: para que vão servir os majestosos Arena Amazônia, Arena Pantanal e Arena das Dunas, entre outros elefantes brancos?), impostos não pagos (a FIFA não pagou um tostão de impostos na brincadeira), obras não realizadas (alguém lembra do Trem-Bala?), inacabadas e superfaturadas, para não falar das mortes de operários (foram nove ao todo) e da cagação de regras pela FIFA, que virou, no último mês, a verdadeira instância governante do Brasil.

Outra vergonha não menor foi a tentativa descarada da atual governante (sic) de usar politicamente o evento, tentando faturar eleitoralmente em cima de uma eventual vitória da seleção, coisa típica de mentes totalitárias - o que, felizmente, não poderão mais fazer. A referida já tinha tentado fazer isso, com a ajuda de um gigantesco esquema de marketing, no episódio da vaia na abertura ("coisa da elite branca" - muita gente se deixou cair nessa) e até com a contusão do Neymar. Ela estava contando com o Brasil na final para montar nos louros da equipe, do mesmo jeito que fez o regime militar com o Tri em 1970. Sendo que, naquela ocasião, a Copa era no exterior, e não havia dinheiro da viúva envolvido. Tudo isso torna a Copa uma VERGONHA sem tamanho para qualquer pessoa com um mínimo da dita-cuja na cara.

Sinto-me muito confortável para dizer isso pois, ao contrário de muitos que só agora vão perceber o tamanho do estrago, sou contra a Copa desde o começo, desde o dia em que o Brasil foi e$$$colhido pela FIFA para sediar o regabofe. Desde 2007 - e posso provar o que digo (vejam aqui: http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2007/10/copa-do-mundo-para-qu.html) - não deixei de alertar para o fato de que, mesmo na hipótese improvável de a seleção brasileira vencer o campeonato, o grande perdedor seria o Brasil, a população brasileira, o contribuinte. E isso apesar de todo o oba-oba, de toda a babaquice megalomaníaca da "Copa das Copas", em que muitos embarcaram.

E não, não tenho nada a ver, nem quero ter, com os idiotas mascarados que saíram arrebentando vitrines gritando "Não vai ter Copa" etc. - estes, aliás, fazem o jogo do governo, que não por acaso mantém com eles relações que ainda estão para ser explicadas (perguntem ao Gilberto Carvalho). Para esses criminosos, todo o rigor da Lei, assim como para os larápios que tiveram a ideia de gerico de fazer uma Copa com 12 (doze!) sedes e lucraram com essa papagaiada. Creio que não preciso dizer quem eles são. Vocês sabem de quem estou falando.

Faço votos de que o fracasso futebolístico da seleção de Felipão, Fred e cia. sirva, pelo menos, para acordar o povo desse delírio ufanista em que foi atirado por um bando de quadrilheiros que se outorgou até o direito de manipular a alegria popular. O Brasil já estava derrotado no dia em que o governo (?!) decidiu transformar o país numa filial da FIFA.

Os jogadores da seleção brasileira poderão se recompor e dar a volta por cima. Haverá outras Copas etc. Já o Brasil terá de conviver com a vergonha eterna do saque do país por um bando de ladrões. Pensem nisso quando assistirem a Nacional X Princesa do Solimões na Arena Amazônia.